Por que tantas estratégias falham? O desafio de transformar planos em resultados!
- pedrohsilvaeng
- 7 de jul.
- 4 min de leitura
Atualizado: 8 de jul.

Apesar de investimentos robustos em planejamento estratégico, muitas organizações ainda enfrentam um grande obstáculo: a execução da estratégia. Segundo a pesquisa “Closing the Gap: Designing and Delivering a Strategy that Works” conduzida pela The Economist Intelligence Unit (EIU), 90% das organizações não atingem todos os seus objetivos estratégicos, e a principal razão é a falha na implementação.
O estudo ouviu 500 executivos seniores de grandes empresas globais (com receita acima de US$ 1 bilhão) e revelou uma verdade incômoda: as empresas geralmente tratam a execução como algo secundário, muitas vezes como um problema operacional. A consequência? Estratégias promissoras se tornam apenas documentos bem elaborados, mas que não geram impacto real no negócio.
O estudo, também identificou um grupo de empresas chamadas de “Líderes” (responsáveis por apenas 10% da amostra), que conseguem superar esse desafio com mais sucesso. Essas organizações demonstram uma capacidade superior de alinhar o desenho estratégico com a execução prática, alcançando resultados mais consistentes e desempenho financeiro mais forte que seus concorrentes.
No decorrer do artigo, falaremos mais sobre esses dois grupos.
O grupo dos Líderes (10%) 📈
Ao contrário da abordagem tradicional, onde uma equipe desenha a estratégia e outra a implementa, os Líderes tratam estratégia e execução como um fluxo contínuo e interdependente. Existe uma colaboração ativa entre quem pensa e quem executa, permitindo ajustes constantes com base em dados e contexto.
Além disso, essas empresas mantêm uma comunicação eficaz em todas as direções da organização, promovendo transparência, engajamento e adaptabilidade. Elas também buscam insights fora de seus próprios muros, ouvindo clientes, parceiros e até concorrentes, para ajustar suas decisões com agilidade.
O estudo identificou alguns comportamentos fundamentais que se repetem nas empresas mais bem-sucedidas:
✔️Comprometimento da alta liderança com a execução, e não apenas com o planejamento;
✔️Integração entre áreas e eliminação de silos organizacionais;
✔️Capacidade de adaptação rápida, sem perder o foco no longo prazo;
✔️Uso de feedback contínuo, tanto interno quanto externo, para refinar estratégias;
✔️Cultura de aprendizado, que valoriza o erro como parte do processo de evolução.
O grupo de "Piores Desempenho" (90%) 📉
O relatório também traz dados valiosos sobre as empresas que mais fracassam na execução da estratégia, classificadas no estudo como “Piores Desempenhos” (Worst Performers).
As empresas que mais falham na execução estratégica tratam a entrega como um assunto técnico e isolado, não integram planejamento e operação, e não escutam seus clientes, concorrentes ou funcionários na hora de ajustar suas ações. Elas operam como se estratégia fosse um documento, não um processo vivo.
O relatório mostra que não há um único vilão. As falhas vêm de um conjunto de fatores combinados, como:
⚠️Falta de comunicação entre níveis da organização: as empresas com pior desempenho relatam baixo fluxo de informação entre as áreas, especialmente entre os níveis superiores e as equipes da linha de frente. Essa falta de comunicação cria "silos funcionais", o que dificulta a adaptação da estratégia, gera desalinhamento e reduz a velocidade de resposta às mudanças do ambiente externo;
⚠️Falta de foco e acompanhamento do cliente: o relatório destaca que colocar o cliente no centro da estratégia é um dos diferenciais mais marcantes das empresas bem-sucedidas. Enquanto as empresas líderes demonstram forte capacidade de ouvir e reagir a mudanças nas necessidades dos clientes, com 50% delas integrando efetivamente essas informações à execução da estratégia, apenas 34% das empresas menos eficazes conseguem usar bem os dados sobre clientes para ajustar suas ações estratégicas;
⚠️Baixo monitoramento da concorrência: entender e reagir à concorrência é outro ponto crítico onde muitas empresas falham. Entre as empresas com desempenho inferior, apenas 35% afirmam ter canais eficazes para integrar informações sobre o cenário competitivo à execução da estratégia, enquanto esse número sobe para 54% nas empresas líderes. O relatório também aponta que mudanças nas estratégias dos concorrentes foram um dos fatores externos que mais impactaram negativamente a execução em muitas empresas, especialmente nas que não tinham sistemas de monitoramento robustos.
⚠️Falta de agilidade para adaptar a execução em tempo real: apenas 31% das empresas com desempenho inferior afirmam conseguir ajustar sua estratégia com rapidez quando novas informações surgem. Em contraste, 52% das empresas líderes afirmam ser capazes de fazer ajustes estratégicos ágeis e efetivos, o que lhes permite responder melhor a riscos e oportunidades emergentes.
⚠️Liderança pouco envolvida na fase de entrega da estratégia: um dado preocupante é que 62% dos executivos das empresas com pior desempenho veem a execução como algo operacional e não como parte estratégica do negócio. Isso gera desengajamento, baixa prioridade e orçamentos reduzidos para as ações de implementação. A mentalidade de “quem executa que se vire” é uma barreira séria para o sucesso.
Conclusão
A principal lição do relatório é clara: desenhar a estratégia é só o começo, o verdadeiro valor está na entrega. Para que uma organização alcance seus objetivos estratégicos, ela precisa desenvolver capacidades sólidas de execução, conectar líderes à operação, engajar os colaboradores e estar pronta para adaptar-se em tempo real.
Em um mundo de constantes mudanças, a diferença entre o sucesso e o fracasso está na capacidade de transformar intenção em ação. Ignorar essa realidade significa desperdiçar boas ideias, perder mercado e comprometer o desempenho financeiro.
Como diz um dos líderes entrevistados no estudo: “Estratégia boa não é aquela que parece perfeita no PowerPoint, é a que sobrevive ao primeiro contato com a realidade”.
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